Olá Pessoal.
Hoje resolvi colocar um post aqui no blog falando a respeito de convulsão canina porque, infelizmente, o Oliver, meu Golden Retriever, sofreu uma. Na verdade, hoje foi a segunda crise que ele teve, que durou em torno de 1 minuto (foi mais rápida que a primeira).
Para quem nunca tinha visto um cão sofrer uma convulsão, é algo realmente aterrorizante. As crises dele foram durante a madrugada e acordar com o cão se debatendo, de repente, com o quarto todo escuro, é algo que já assusta. Na primeira vez foi bem complicado porque eu não tinha idéia do que estava acontecendo. Imaginei que algum animal peçonhento poderia tê-lo picado ou que ele estivesse tendo um ataque do coração. É tudo muito rápido e intenso…
Bom, passado o susto, fui pesquisar e descobri que a convulsão em cães é mais comum do que imaginamos, infelizmente. Muitos cães sofrem com isso e as causas podem ser variadas, passando pode epilepsia até intoxicação por alimentos ou produtos químicos.
Portanto, quero compartilhar com vocês minha experiência, falando que o mais importante diante de uma situação dessas é manter a calma, observar o cão e tentar protegê-lo para não se machucar enquanto está se debatendo e trazer alguma informação útil e esclarecedora.
Convulsão em cachorros: como agir
“A convulsão pode acusar muitas doenças, e não só epilepsia, em seu cachorro. Nessa hora de tanto tremor, que não é brinquedo, veja como agir.”
Para alguns bichos, não precisa muito para o cérebro entrar em pane. Basta um susto provocado por rojões, trovões ou uma superagitação dentro de casa para que o animal sofra uma intensa descarga elétrica na massa cinzenta. Daí, começa a tremer, salivar e se comportar de maneira assustadora aos olhos do dono. Essa é a descrição de uma crise convulsiva.
Por trás da reação, há uma série de causas — um trauma na cabeça, uma intoxicação por produto químico, a falta de glicose no sangue, mais frequente em filhotes e cães diabéticos, ou ainda um tumor cerebral ou uma doença congênita como a epilepsia. “O pior é que não há jeito de prever uma crise, porque não há exames que detectam isso antecipadamente”, diz o veterinário Paulo Salzo, da Universidade Metodista, em São Paulo. Se acontecer na sua casa, a dica é: assim que o animal parar de convulsionar — e uma baita convulsão dura no máximo cinco minutos —, leve-o ao especialista para investigar o que causou o curto-circuito cerebral. Lembre-se de relatar se o bicho comeu algo diferente, se ingeriu algum produto químico, se levou um tombo… Toda informação é preciosa.
Raças como pastor alemão, poodle, labrador, pit bull e husk siberiano têm maior predisposição à epilepsia. Para ajudar no diagnóstico, vale tentar ver se os pais do seu cachorro não eram epiléticos, já que a doença é hereditária. Descartada essa hipótese específica, a crise pode alertar para outros males. E, aí, vários exames são necessários. Os de sangue, por exemplo, podem acusar uma hipoglicemia.
“Seja qual for a causa, o tratamento desse transtorno tem que começar pelo uso de anticonvulsivantes, remédios que irão normalizar as ondas cerebrais e que existem na forma de comprimidos, xaropes ou gotas. A escolha, no caso, dependerá da aceitação do animal”, explica o veterinário Marcelo Quinzani, do Hospital Veterinário Pet Care, em São Paulo.
Se for constatada a epilepsia, o tratamento anticonvulsivante seguirá para o restante da vida. Se for descoberta a hipoglicemia, o remédio deverá ser associado a outro para manter as taxas de açúcar na circulação em ordem e evitar novas convulsões.
“De qualquer maneira, a supervisão de um profissional deverá ser intensificada”, alerta Salzo. Recomenda-se levar o cachorro que já convulsionou para uma consulta a cada seis meses. Em cada visita, o profissional irá reavaliar a dosagem do anticonvulsivante no caso da epilepsia, por exemplo. Sem contar que, com o passar dos anos, sujeito à medicação diária, o bicho pode ter efeitos colaterais como aumento de peso e problemas no fígado — e o veterinário estará de olho nisso.
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Saiba como cuidar do cachorro durante uma crise de convulsão
ANTES
Ansiedade e pupilas dilatadas podem acusar que uma crise convulsiva está chegando. Mudança repentina de comportamento, como dormir mais, comer muito ou deixar de ter apetite, também é um alerta. “Se o animal já convulsionou antes, sinais assim indicam para levá-lo ao veterinário depressa”, recomenda Quinzani. “A dose de medicamento, então, poderá ser ajustada.”
DURANTE
Quando o curto começa, o bicho sofre perda de consciência ou foca em um único ponto, correndo atrás do próprio rabo, por exemplo. Tremores, salivação, descontrole de urina e fezes e movimentos de perna são outros sinais. As crises duram de 20 segundos a um minuto, em média. Se não cessar em 5 minutos, encaminhe-o imediatamente ao pronto-socorro veterinário.
DEPOIS
O cão fica muito cansado por causa da intensidade do choque. Por isso é normal que permaneça um bom tempo quieto. Deixe-o em um local silencioso e confortável. Se ele quiser comer e beber, facilite o acesso.
Quadros de convulsões. Bruce Fogle, Primeiros Socorros para Cães
Não entre em pânico se o cão tiver um ataque, pois a maioria das convulsões não é fatal. Evite-o apenas se estiver em uma área que exista hidrofobia (a famosa raiva) e você não sabe se ele foi vacinado.
1. Os cães raramente se asfixiam com a língua. Evite colocar os dedos perto da boca do cão a menos que seja absolutamente necessário. Raças com caras achatadas como os pugs e boston terries podem asfixiar-se com a língua, de modo que devem ser vigiados atentamente. Se o cão ficar inconsciente, puxe a língua para fora e, se necessário, faça respiração artificial.
2. Se o cão estiver tendo uma convulsão leve, chame a atenção dele; essa medida poderá evitar que um ataque completo se desenvolva.
3. Se o ataque for total, consiga um cobertor ou algumas almofadas. Afaste o cão de objetos nos quais possa se machucar e, se o ataque durar mais de 1 minuto, envolva o cão num cobertor ou cerque-o com almofadas a fim de protegê-lo. Descubra-o mais tarde, pois deixá-lo coberto poderá causar hipertermia (elevação da temperatura corporal – dependendo do caso, o cachorro poderá vir a óbito, fique esperto!).
4. Se o ataque parar dentro de 4 minutos, reduza o som (os barulhos alheios) e a luz e fale suave e tranquilizadoramente com o cão. Mantenha outros cães afastados.
5. Se o ataque perdurar por mais tempo, leve o cão imediatamente ao veterinário. Não o envolva firmemente em um cobertor durante o trajeto, pois essa medida poderá causar hipertermia.
6. Registre o tempo de duração do ataque e o que o cão fazia antes de ele acontecer, pois isso ajudará o diagnóstico no caso de ocorrerem outros ataques. (Se possível, é claro!)
Quadros de convulsões. Bruce Fogle, Primeiros Socorros para Cães