Saiba mais sobre a Leishmaniose

Todo proprietário de um cão se preocupa (ou pelo menos, deveria se preocupar) com a Leishmaniose. O principal motivo dessa preocupação é o fato de que o tratamento é muito caro e prolongado, e ainda assim existe uma grande divergência a respeito dos resultados. Por isso, a grande maioria dos proprietários acaba sacrifcando seus cães.

Abaixo deixo um resumo com algumas informações importantes a respeito da Leishmaniose. São informações importantes, mas também é muito importante que você converse com um veterinário para obter maiores detalhes e conhecer também os meios para combater e prevenir uma contaminação.

Como seu cão pode se infectar?

A Leihmaniose é transmitida ao cão pela picada de um mosquito do tipo flebotomíneo (mosquito palha, birigui ou cangalhinha), infectado com o protozoário. Diferente de outras mosquitos, o birigui não necessita de água parada para o desenvolvimento de suas formas larvais, dificultando o seu controle e, consequentemente, favorecendo a transmissão da doença.

Após a picada, o protozoário atinge a circulação sanguínea do cão e invade as células, iniciando sua replicação.

A partir do momento em que o seu cão possui a Leishmania em sua corrente sanguínea, passa a ser fonte de infecção para os mosquitos, que por sua vez, podem contaminar outros cães e os seres humanos.

Quais os sintomas de um cão doente?

Os sintomas são bastantes variados. São comumente observadas lesões na pele, acompanhada de descamação e, ás vezes, ulceras, além de depressão, apetite diminuído e perda de peso progressiva. Alguns cães apresentam um crescimento exagerado das unhas (onicogrifose) e também dificuldade de locomoção. Em um estágio mais avançado, há o comprometimento do fígado, baço e rins, podendo levar o animal á morte. Devido a variedade e a falta de sintomas específicos, o Médico Veterinário é o único profissional habilitado a fazer um diagnóstico preciso.

Como a Leishmaniose Visceral canina pode ser prevenida?

Até então, as únicas medidas de controle da enfermidade eram: o combate ao mosquito (com o uso de inseticidas no ambiente e de repelentes, pour-on ou coleiras, nos cães), as práticas de educação da população em relação á posse responsável e controle da natalidade canina, a rápida identificação e controle dos reservatórios e o emprego de medidas de saneamento básico.

Atualmente, já existe uma vacina disponível que protege os cães, evitando o desenvolvimento da doença. Desta forma, a vacinação é particularmente importante nos animais que vivem em áreas de grande incidência da doença, porém alguns Médicos Veterinários se divergem quanto a este assunto.

Conheça a Vacina Leishmune.

A vacina Leishmune foi desenvolvida pela equipe da Profa. Dra Clarisa b. Palatnik de Sousa, da UFRJ. O desenvolvimento da vacina conta com 23 anos de pesquisa, sendo os últimos 5 anos realizado em parceria com o Laboratório Fort Dodge, líder mundial em vacinas para cães e gatos, esta parceria resultou no aprimoramento do produto e no seu desenvolvimento em escala industrial.

A Leishmune foi aprovada e registrada pelo Ministério da Agricultura sob o número 8627 em 11/06/2003.

Qual a proteção conferida por esta vacina?

Inúmeros estudos realizados em áreas de grande incidência da doença, demonstraram que a vacina confere proteção de 92 a 95%, ou seja, de cada 100 cães vacinados, 5 a 8 animais não irão desenvolver resposta imunológica adequada, permanecendo assim, suscetíveis á doença.

Qual o programa de vacinação preconizado para a Leishmune?

O programa indicado é o uso da vacina em cães sadios e soronegativos para a Leishmaniose Visceral Canina, a partir dos 4 meses de idade. O protocolo completo de vacinação é composto por 3 doses, respeitando um intervalo de 21 dias entre as aplicações. A revacinação deverá ser feita 1 ano após a primeira dose e repetida anualmente, proporcionando a manutenção da resposta imune.

O cão só é considerado protegido 21 dias após a terceira dose da vacina, portanto, é possível infectar-se durante o programa de vacinação e até mesmo alguns dias após a terceira dose, caso seja picado por um mosquito infectado. Neste caso, a vacinação não impede o desenvolvimento da doença, nem o aparecimento dos sintomas.

Posso vacinar um cão com teste sorológico positivo para Leishmaniose Visceral Canina?

Não. Segundo as indicações de bula, a vacina deve ser usada somente para a prevenção da doença e não como tratamento. Por isso, é necessária a realização do teste sorológico previamente á vacinação, para que apenas cães sadios e livres da infecção sejam vacinados.

O que o cão pode apresentar após a aplicação da vacina?

Cerca de 25% dos cães podem responder á vacinação demonstrando dor e/ou inflamação transitória no local da aplicação, principalmente cães de pequeno porte, que geralmente regridem em poucos dias. Os animais vacinados também podem apresentar depressão e falta de apetite durante alguns dias após a vacinação.

A vacina Leishmune pode provocar a Leishmaniose Visceral?

Não, pois além de se tratar de um produto inativo, a vacina é composta apenas por uma subunidade da Leishmania.

Na verdade, trata-se de uma vacina produzida com tecnologia especial, que emprega apenas um das estruturas do protozoário, capaz de induzir uma resposta imunológica eficaz e duradoura.

Para que serve o Atestado de vacinação da Leishmune?

O atestado é um registro do programa completo de vacinação de cada cão. Nele, constam todas as informações referentes a: Exame de diagnóstico prévio, Datas das vacinações e Comum acordo entre Médico Veterinário e proprietário em relação ao esquema de vacinação.

Este atestado é composto de duas vias: uma do Veterinário e outra do proprietário do cão.

É importante lembrar que o cão vacinado desenvolve anticorpos protetores contra Leismaniose, tornando-se SOROPOSITIVO.

O manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral do Ministério da Saúde prevê que, em inquéritos epidemiológicos, realizados de acordo com as normas minicipais, os cães soropositivos devem ser SACRIFICADOS.

4 respostas em “Saiba mais sobre a Leishmaniose

  1. Estou tão aflita!! Minha cadela está com alguns sintomas da Leishmaniose. Ela está com a pele toda irritada, há feridas e também sinto ela tristonha. Às vezes percebo que ela treme, sei que pode ser febre. No começo, quando ainda não estava tão feia a situação dela, foi receitado pra mim o uso de tetysarnol e Chemitril durante 5 dias. Utilizei os dois e até agora não vi resultado. Ela coça bastante, tanto é que ela esfrega o focinho no chão para livrar-se da coceira e acaba se ferindo mais. Depois de observar que o uso do medicamento não está dando resultado vim pesquisar na net e cheguei neste site e, ao ler as informações fiquei apavorada, pois se o mosquito picar o animal acometido por esta doença pode transmiti-la ao homem se o picar. Estou grávida e isso me preocupa mais ainda. Minha dificuldade é morar no interior de Minas, a cidade mais próxima com veterinários é Governador Valadares que fica mais de 80Km de distância. E outro problema: Como levar o animal dentro do carro ela estando nesta situação? Estou muito triste, pois amo demais minha cadela, queria muito salvá-la, alguém poderia me ajudar com alguma orientação?
    Me chamo Morghana e meu emai é morghana_rafaela@hotmail.com
    Se alguém puder me ajudar com alguma informação eu ficaria muito grata.

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  2. Bom, o artigo terminou de uma forma confusa. Fala-se da importancia de se ter o atestado do MV e do proprietario quanto a vacinação do cão, esta é a segurança que o proprietario tem que em caso de um exame positivado realizado pelo orgao de saude publica, tenha-se respaldo para o NÃO recolhimento do animal para SACRIFICIO, Correto?

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  3. Existe também outra vacina para prevenção da leishmaniose visceral canina: a Leish-Tec que mantém o animal negativo nos exames apos a vacinação e tem apenas 1% de incidência de efeitos pós vacinais.

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    • Olá Luciana.
      Obrigado pela informação. Vou pesquisar mais a respeito dessa vacina também, que pelo visto parece ser bem melhor pelo fato de não deixar o cão soropositivo e ter efeitos colaterais menores.

      Volte sempre ao blog!

      Abraços.
      Gustavo Teixeira

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